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quarta-feira, 27 de março de 2013

LEI DAS DOMÉSTICAS: E AGORA, PATROA!?!

A Lei foi aprovada com unanimidade no congresso. "E agora Dr. Stênio???", deve estar perguntado a empregada Creusa (Luci Pereira) ao seu "amado patrão", em Salve Jorge. Na novela das 21h da Rede Globo é visível que a nordestina - hora na casa da delegada Helô (Giovanna Antonelli), hora na casa do ex-dela, o advogado Stênio (Alexandre Nero) - trabalha há anos para ambos. Tanto que até se sente da família, com direito a pitacos e alcovitar uma reconciliação entre os patrões. Cuidado, Creuzas da vida real! A nova lei dá os devidos direitos (aviso prévio, fundo de garantia, seguro desemprego, oito horas trabalhadas, hora extra...), mas os patrões - alguns já de cabelo em pé - redobrarão suas atenções. E a "justa causa" pode ocorrer, mesmo em casos isolados. No caso da doméstica criada por Glória Perez - e assim como tantas outras já apresentadas nas novelas - a relação é estreita. Por trabalhar há muito tempo para uma determinada família, cria laços fortes. Não que isso não exista na vida real. Sim, existe. Mas Creuza tem amplitude dramaturgica e aquele humor que é necessário para uma personagem que vai muito além de "servir o cafezinho e se retirar". Inclusive tem seus exageros, como num certo capítulo em que serviu "café com sal" para um possível affair da patroa Helô - pois ela quer porque quer o Dr. Stênio de volta na casa. Intromissão exagerada, maledicência ou "fofoca" que atentem contra a vida particular dos patrões, pode gerar uma justa causa. "Respeito não se cobra. Respeito se impõe!", disse certa vez, Branca Leticia de Barros Mota (Suzana Viera), a mais temida das patroas da ficção, criada por Manoel Carlos, em Por amor. Em lugar de repressão, limites. E aí todos, quem sabe, acabam felizes para sempre...

 Branca: muita arrogância e extremo limite para a empregada.

Focando mais na realidade, é preocupante perceber que essa Lei acaba sendo uma "faca de dois gumes". Para os empregados domésticos em geral (babá, motorista, copeira, arrumadeira e etc.), a Lei é uma seguridade. Mas nem todo patrão está gostando da novidade e alguns empregos estão em risco. "Vou optar por uma diarista duas vezes por semana", "A classe média não vai dar conta de pagar tudo isso..."; declarações do tipo já estão sendo frequentes. E além dos que vão abrir mão de um funcionário do lar "fixo", estão aqueles que já cogitavam efetivar seus diaristas e agora deram uma boa "brecada'. E como no Brasil é de praxe que tudo vem tarde demais, essa Lei demorou a ser implantada. Por não ter direitos trabalhistas, muitos optaram por não ter patrão fixo e trabalhar como diarista - o que ,"economicamente falando", caiu mais no gosto de quem necessita dos serviços. Agora, mais do que nunca - e em alguns casos - ficará difícil mudar esse quadro. E poucos irão continuar com suas diaristas mais de duas vezes por semana, já que pela tal lei, em tal caso, já podem exigir suas carteiras devidamente assinadas.

A partir de 2 de abril a lei começa a vigorar e a sorte está lançada. Parabéns aos empregados domésticos pela conquista. Que haja um bom entendimento entre todas as partes envolvidas.

Fico na torcida!

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