Escorpião Prata: NOVELA DAS 7: ENTRE MORDIDAS E ASSOPROS, SALVARAM-SE TODOS

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

NOVELA DAS 7: ENTRE MORDIDAS E ASSOPROS, SALVARAM-SE TODOS

Para muitos críticos de televisão a proposta era arriscada. Misturar robôtica e pré-história não seria ousadia demais de Walcyr Carrasco e da Rede Globo? Confesso que também cheguei a pensar. E não sei quanto aos renomados críticos, mas eu dei a mão a palmatória. Walcyr, autor de outros grandes sucessos como Alma Gêmea, Chocolate com Pimenta (minha preferida) e O Cravo e a Rosa, conseguiu desenvolver bem a sua trama, que teve seu último capítulo exibido hoje. Morde e Assopra começou morna, mas logo entrou em ebulição à medida que personagens tão maravilhosamente construídos, como a Dulce, de Cassia Kiss Magro, começaram a ganhar a simpatia do público - infelizmente não posso dizer o mesmo de Julia e Abner, de Adriana Esteves e Marcos Pasquim. Cassia brindou os telespectadores e ofuscou as histórias centrais - Julia e Abner, Icaro e Naomi - com a marcante trajetória dessa mulher sofrida, dessa mãe coragem. Quantas vezes não me deparei com os olhos marejados diante da televisão vendo Cassia, essa atriz intensa, dando show de emoção e sensibilidade com sua Dulce. E não foi diferente agora nos momentos finais, com a descoberta da grave doença e a morte da personagem. De arrepiar. Verdadeira aula para Kleber Toledo, que interpretou Guilherme, o filho desnaturado da simplória faxineira. Verdadeira aula para muitos do elenco - veteranos ou iniciantes - que passaram a reverenciar ainda mais o imenso talento dessa atriz. Mas o fato é que entre atuações memoráveis, simpáticos robôs falantes, paleontologia e boas cargalhadas, Morde e Assopra cumpriu o seu papel de uma boa novela das 19 horas: o funcional misto de romance, comédia e aventura. Parabéns Walcyr, Cassia, Flavia Alessandra - por suas Naomis - Mateus Solano, André Gonçalves - por seu bafônico e purpurinado Áureo - e tantos outros que tornaram essa história inesquecível.